
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são eventos adversos (EA), que repercutem diretamente na segurança do paciente e mostram a fragilidade na qualidade dos serviços de saúde. Desta forma, a redução da incidência dessas infecções é um desafio, tanto para gestores dos serviços de saúde, como para os profissionais envolvidos na assistência de indivíduos gravemente doentes (COSTA, 2016). São as complicações mais comuns em pacientes hospitalizados em todo o mundo. Ameaçam a segurança do paciente e podem causar hospitalização prolongada. Aumentam a morbidade, mortalidade e os custos do tratamento. São consideradas importantes indicadores da qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde (AGODI et al., 2017; YAZICI; BULUT, 2018).
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), estratégias para prevenção de IRAS, baseadas em evidências da literatura, devem ser adotadas em todos os estabelecimentos de assistência à saúde. Quando os gestores e os profissionais destes estabelecimentos de assistência à saúde conhecem a magnitude do problema e passam a aderir aos programas para prevenção e controle, redução de até 70% pode ocorrer para algumas das IRAS (CDC, 2018).
Em 2017, a Anvisa publicou a segunda edição do manual Medidas de Prevenção de IRAS, da série Segurança do Paciente e Qualidade dos Serviços de Saúde , cujo desafio é prevenir danos aos usuários dos serviços de saúde e prejuízos associados aos cuidados decorrentes de processos ou das estruturas da assistência. O referido manual salienta a importância de metodologias multimodais, visando prevenção de infecções, por meio de treinamentos presenciais; aulas práticas e com simulações; e-learning; discussão da prática à beira leito; feedback de indicadores; e implantação de medidas preventivas (BRASIL, 2017).
No contexto das IRAS nas UTIs, a quantidade de conteúdos acessíveis em revistas científicas especializadas, órgãos do governo, repositórios universitários, leis, portarias, programas, entre outros, é imensurável. Todos com propósito de divulgar a magnitude do problema e fornecer subsídios teóricos, com fundamentação científica, visando melhorar o cenário relacionado às IRAS. Assim, um compêndio sintético das informações contidas nesses diversos meios de divulgação de conteúdos científicos se fez oportuno.
Com o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), surgiram novas maneiras de realizar pesquisas, publicar os resultados e transmitir instruções. Os meios de obtenção de informações científicas são, cada vez mais, diversos. Podem-se acessar conteúdos científicos, desde computadores, tablets e smartphones, com facilidade. Tal fato favorece o exercício da prática baseada em evidência (KRAU, 2015).
Neste contexto, desenvolveu-se o website iratis.com, sobre as principais IRAS em UTI e os respectivos bundles (conjuntos de medidas), utilizados como estratégias de prevenção. A proposta deste website é apontar os resultados de pesquisas publicados em diversos meios de divulgação de conteúdo científico. Buscou-se reunir os tópicos mais relevantes inerentes ao tema proposto e hospedá-los de maneira sintética, clara e didática. Destaca-se que não houve a pretensão de esgotar o tema proposto, mas criar um meio de divulgação do tema, de maneira a fomentá-lo e estimular novas pesquisas, bem como incentivar o exercício da prática embasada na evidência científica entre profissionais de saúde.
Boa Pesquisa!
A relação entre infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) e sepse é que as IRAS podem ser uma das principais causas de desenvolvimento da sepse em pacientes hospitalizados, sobretudo na Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
A prevenção e o controle efetivo das complicações relacionadas à assistência à saúde são fundamentais para evitar o desenvolvimento da sepse em pacientes hospitalizados. Práticas adequadas de higiene, uso de antibióticos, implementação de “bundles”, protocolos de controle racional de mortalidade e vigilância contínua dos profissionais de saúde são importantes para reduzir o risco de IRAS e suas complicações, incluindo a sepse. A detecção precoce e o tratamento imediato da sepse também são cruciais para melhorar as chances de recuperação do paciente.
A sepse, também conhecida como infecção generalizada, é uma condição grave causada pela resposta desregulada do corpo a uma infecção. A sepse ocorre quando o sistema imunológico libera substâncias químicas em todo o organismo para combater uma infecção, mas essas substâncias podem causar inflamação generalizada em vez de se concentrar na área infectada.
A sepse pode ser desencadeada por uma variedade de infecções respiratórias, infecciosas, gastrointestinais ou de pele. Quando o sistema imunológico entra em ação para combater uma infecção, pode ocorrer uma cascata de reações inflamatórias que passaram por órgãos como coração, pulmões, fígado, rins e cérebro.
Os sintomas da sepse podem variar, mas geralmente incluem febre, frequência cardíaca acelerada, ritmo cardíaco rápido, confusão mental, diminuição da produção de urina, pressão arterial baixa e pele manchada. Se não for tratada rapidamente, a sepse pode levar à falência múltipla de órgãos e ser potencialmente fatal.
O tratamento da sepse envolve administração imediata de antibióticos para combater a infecção recorrente, além de medidas de suporte, como controle dos sinais de insuficiência, administração de fluidos intravenosos e, em casos graves, suporte controlado ou circulatório. A detecção precoce e o tratamento imediato são cruciais para aumentar as chances de recuperação e reduzir as complicações.